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21 Jul 2020

Segurança alimentar frente às micotoxinas do leite: a garantia através de uma solução natural e eficaz

Durante as duas últimas décadas, as doenças causadas por alimentos têm emergido como importante e crescente problema de saúde pública e econômico em muitos países.

Devido às crises ocorridas mundialmente com alguns alimentos de origem animal, a segurança alimentar é qualificada como um dos atributos mais importantes e valorizados pelos consumidores.

De acordo com a FAO e USDA, 25% das culturas agrícolas mundiais estão contaminadas com algum tipo de micotoxina e como consequência, mais de 532 milhões de toneladas de grãos estão contaminados.

Considerando que a base das rações animais é constituída por grãos e cereais, grande parte desta produção pode estar contaminada por micotoxinas, o que é uma questão preocupante.

As consequências econômicas são expressivas e não estão limitadas somente ao valor agregado das matérias primas, mas também aos prejuízos relacionados à perda de produtividade animal, pois a disseminação das micotoxinas ocorre em toda a cadeia alimentar levando à contaminação dos produtos finais, como carne, leite e ovos.

As aflatoxinas são metabólitos secundários produzidos por Aspergillus parasiticus, Aspergillus flavus e o raro Aspergillus nomius. Ocorrem em alimentos nas formas de aflatoxina B1 (AFB1), B2, G1 e G2 e no leite nas formas oxidativas M1 e M2.

A contaminação dos alimentos por AFB1 é considerada um grave problema de saúde pública em todo o mundo, pois além de afetar negativamente a saúde animal, desempenho e reprodução, ela possui um efeito carcinogênico, mutagênico, teratogênico, imunossupressor e hepatotóxico.

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A AFB1 ingerida por animais em lactação é biotransformada pelo metabolismo hepático sendo secretada no leite como aflatoxina M1 (AFM1), tóxica e cancerígena. Devido à grande quantidade de leite e produtos lácteos consumidos pelo homem, é fundamental encontrar soluções para manter a concentração de AFM1 no leite em níveis seguros.

Diante isso, ações associadas à segurança alimentar que envolvem produtos aditivos têm sido implementadas com o objetivo de evitar o risco de ingestão e intoxicação por aflatoxina.
No mercado encontramos aditivos naturais capazes de fornecer compostos que estimulam o organismo a mitigar com mais eficiência os estímulos estressantes das micotoxinas encontrados pelo campo. Alguns desses aditivos são utilizados ainda pproporcionando uma melhora no estado geral de saúde.
 
As leveduras são amplamente utilizadas na nutrição de ruminantes demonstrando diversos benefícios já comprovados.

O RumenYeast® é composto de metabólitos solúveis da levedura Saccharomyces cerevisiae, que são principalmente vitaminas, peptídeos de cadeia curta e aminoácidos livres.
RumenYeast® também é rico em MOS (mananoligossacarídeos) e β-glucanas, carboidratos funcionais da parede celular.

O efeito dos metabólitos solúveis se dá diretamente no rúmen, onde é observado uma menor presença de lactato, menor queda do pH ruminal, maior presença de nitrogênio microbiano e maior digestibilidade de FDN (Dias et al., 2017 a, b).

Somado a estes benefícios acrescenta-se o efeito de aglutinação das bactérias patogênicas pelo MOS, conferindo uma melhor integridade das vilosidades, ou seja, a permeabilidade intestinal é reduzida favorecendo uma barreira protetora contra bactérias e micotoxinas para a corrente sanguínea.

A integridade intestinal é um indicador de eficiência para a barreira protetora formada pelo trato gastrintestinal, que impede a translocação paracelular de compostos indesejados, como micotoxinas, do lúmen intestinal para a lâmina própria e posteriormente para a corrente sanguínea.
Assim, quanto menos permeável a mucosa intestinal se apresentar, menor será a passagem desses compostos.

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As micotoxinas são absorvidas como nutrientes, ou seja, para que elas não exerçam seus efeitos maléficos é essencial que as estruturas do intestino estejam íntegras executando suas funções fisiológicas (Figura 1).


Um estudo foi realizado por Gonçalves et al. (2017), na Universidade de São Paulo, campus Pirassununga, com o objetivo de avaliar o efeito de diferentes aditivos à base de levedura sobre a excreção de AFM1 no leite de vacas leiteiras, desafiadas com AFB1.
Foram utilizadas 20 vacas holandesas multíparas em lactação distribuídas em dez tratamentos, em um delineamento inteiramente casualizado com duas vacas por tratamento.
A aflatoxina foi administrada oralmente através de 2 cápsulas contendo 120 µg AFB1 cada, imediatamente após a ordenha da manhã e da tarde (totalizando 480µg AFB1 por dia), durante 6 dias consecutivos (iniciando no dia 1 do experimento).
Os aditivos foram administrados em 20 g/cabeça/dia, por 7 dias consecutivos, iniciando no dia 4 do experimento.
O resultados mostraram que RumenYeast® foi superior aos demais produtos e reduziu os níveis de porcentagem de transferência de AFM1 para o leite (Tabela 1 e Figura 2).

A segurança alimentar deve ser trabalhada em toda cadeia de produção, pois está diretamente relacionada com a garantia de qualidade do produto final e saúde pública.

Assim, é de extrema importância a utilização de medidas que reduzam a contaminação destes produtos a fim de manter a concentração de micotoxinas em níveis seguros.
Referências bibliográficas:
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Dias, A. L. G. , Freitas, J. A., Micai, B., Azevedo, R. A., Greco, L. F., and Santos, J. E. P. Effects of supplementing yeast culture to diets differing in starch content on performance and feeding behavior of dairy cows. Journal of Dairy Science, v. 101, p. 186–200, 2017. Doi: 10.3168/jds.2017-13240. (b)
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Por Liliana Borges e Melina Bonato, P&D, ICC Brazil

 

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