Estudo sugere que a semente de uva crua e semente de uva fermentada podem ser usadas em dietas para frangos de corte como alternativas aos antioxidantes sintéticos
Os antioxidantes são ferramentas importantes para prevenir os efeitos prejudiciais do estresse oxidativo no desempenho de crescimento, imunidade e qualidade da carne em frangos de corte.
As preocupações do consumidor com o uso de antioxidantes sintéticos na dieta de frangos de corte é pauta constante, por isso, são necessárias alternativas naturais para se inserir os produtos sintéticos e manter a produtividade das aves.
O caroço da uva é um subproduto agrícola com efeitos antioxidantes e antimicrobianos, graças aos compostos polifenólicos. A semente de uva e seu extrato melhoraram o desempenho de crescimento, capacidade antioxidante e microbiota intestinal e também promovem a regulação do metabolismo lipídico em pintos de corte. No entanto, o uso de semente de uva é limitado em dietas para frangos de corte devido a alguns compostos antinutricionais. O processo de fermentação pode ser usado para melhoria da composição nutricional e eliminação dos compostos antinutricionais.
Pesquisadores da realizaram um experimento com o objetivo de determinar os efeitos da semente de uva e da semente de uva fermentada no desempenho, características de carcaça, capacidade antioxidante e microflora intestinal em frangos de corte.
Metodologia |
Para realizar o estudo foram usados 128 pintos Ross.
As dietas foram formuladas de acordo com o estabelecido pelo National Research Council (NRC – 1994). Os tratamentos dietéticos foram controle com dieta basal, dieta basal suplementada com 5g/kg semente de uva crua, dieta basal suplementada com 5g/kg semente de uva fermentada e dieta basal suplementada com 0,15g/kg BHA (hidroxianisol butilado, antioxidante sintético comumente utilizado).
Desempenho |
Os pesquisadores não observaram diferenças de mortalidade entre os grupos.
Aos 42 dias de idade todos os grupos que receberam suplementação de antioxidantes, seja semente de uva crua ou fermentada e BHA, tiveram ganho de peso superior que o grupo controle.
Em relação a conversão alimentar, não houve diferença significativa entre os quatro tratamentos.
Características de carcaça e qualidade da carne |
As características de carcaça não foram afetadas pela inclusão dietética de semente de uva crua ou fermentada e BHA.
O pH da carne de peito dos frangos alimentados com semente de uva crua foi maior do que para as aves dos grupos controle e semente de uva fermentada. No entanto, não foi observada diferença significativa entre os grupos de tratamento para o pH da carne da coxa.
Capacidade antioxidante e microbiota intestinal |
Os níveis séricos de antioxidantes (glutationa peroxidase e catalase) foi mais alto em frangos de corte alimentados com semente de uva crua. As aves alimentadas com semente de uva fermentada apresentaram nível sérico de catalase mais alto do que as aves do grupo alimentado com antioxidante sintético.
A contagem de Lactobacillus spp. cecais das aves no grupo que recebeu nutrição suplementada com semente de uva fermentada foi significativamente aumentada em comparação com os outros tratamentos. Além disso, esses frangos apresentaram menor contagem de S. aureus no ceco em comparação com as aves dos grupos controle e do grupo que recebeu suplementação com antioxidante sintético.
Os resultados do estudo mostraram que semente de uva crua e fermentada podem ser usadas em dietas para frangos como alternativas aos antioxidantes sintéticos. Ressalta-se os efeitos positivos da semente de uva crua no desempenho de crescimento e capacidade antioxidante, e nos efeitos benéficos da semente fermentada no desempenho e microbiota intestinal. |
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