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Conversão de pastagens em lavoura deve aumentar área de soja no Mato Grosso

22 Oct 2024

Conversão de pastagens em lavoura deve aumentar área de soja no Mato Grosso

Área de soja de MT deve aumentar 33,18% em dez anos com avanço em áreas de pastagens

Segundo o IMEA, nos próximos dez anos os aumentos da produtividade também serão um importante impulsionador para a produção do Estado

A área plantada com soja em Mato Grosso, principal Estado produtor brasileiro, deverá atingir 16.62 milhões de hectares em 2033/34, aumento de 33,18% em relação a da safra 2023/24, com a conversão de áreas de pastagens em lavouras, estimou nesta quarta-feira o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (IMEA), em seu estudo que elabora projeções para dez anos.

Isso corresponderá a uma taxa média de aumento anual de 2,91% na área de soja de Mato Grosso, um ritmo menor que o registrado nos últimos dez anos, que teve uma taxa média de 3,99% ao ano.

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“Essa desaceleração é atribuída ao tamanho significativo da área já ocupada pela cultura no Estado, uma vez que, para manter o ritmo de aumento dos anos anteriores, seria necessário continuar com uma expansão (em valores absolutos) superior aos últimos anos”, informou no estudo o IMEA.

Segundo o IMEA, nos próximos dez anos os aumentos da produtividade também serão um importante impulsionador para a produção do Estado.

Com a estimativa de aumento das áreas plantadas em Mato Grosso e a estimativa de aumento na produtividade, projeta-se que a produção de soja do Estado passe das 39.05 milhões de toneladas na safra 2023/24, para 64.52 milhões de toneladas na 2033/34. Para a safra que está sendo plantada (2024/25), que não considera intempéries climáticas como a do ciclo anterior, a produção está estimada pelo IMEA em 44.04 milhões de toneladas.

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O Estado, que se fosse um país seria o quarto produtor mundial de soja, atrás do Brasil, EUA e Argentina, deve ampliar a sua produção agrícola principalmente com a conversão de áreas de pastagens em lavouras.

“Vale ressaltar que o aumento na área agrícola previsto nesse material deve ocorrer sobre pastagens, evitando a abertura de novas áreas, o que reforça o Estado de Mato Grosso como líder na produção agropecuária, equilibrando crescimento econômico com responsabilidade ambiental”, indicou.

Segundo o IMEA, até 2034, cerca de 15.62 milhões de hectares de pastagens plantadas em Mato Grosso estarão aptas para serem convertidas para agricultura, impulsionando a produção agrícola.

Mesmo com essa redução da área de pastagens, a produção de carne bovina no Estado, também o maior produtor de gado do Brasil, é projetada para crescer, totalizando 1.90 milhão de toneladas em 2034, aumento de cerca de 7% em relação a projeção para este ano, devido a investimentos em tecnologia e genética animal, que proporcionam ganho de produtividade.

Milho

Com base nas estimativas do IMEA para os próximos dez anos, é esperado que a área do milho plantado na segunda safra no Estado, seja de 10.90 milhões de hectares na safra 2033/34, aumento de 60,20% em relação à safra passada, com um crescimento anual de 4,83%.

“É importante salientar que o aumento da área destinada ao plantio de milho está ligado ao incremento na participação sobre a área de soja”, indicou o estudo. “Esse crescimento é impulsionado pela crescente demanda por milho para exportação e consumo interno, puxado principalmente pelas indústrias de etanol.”

Em relação à produtividade de milho em Mato Grosso, é estimado para os próximos dez anos um aumento de 6,37% na produtividade do cereal no Estado, em relação a safra 2023/24, para 122,95 sacas/hectare, no mesmo comparativo.

Com o aumento da área e produtividade, a produção do cereal em Mato Grosso deverá totalizar 80.38 milhões de toneladas na safra 2033/34, representando um aumento de 70,40% em relação à safra 2023/24.

O IMEA advertiu ainda que para garantir que as projeções para Mato Grosso se concretizem, é fundamental intensificar os investimentos no setor logístico, no desenvolvimento genético das culturas e na tecnificação do setor agropecuário.

O IMEA indicou que projetos como a Ferrovia de Integração do Centro-Oeste (FICO) são fundamentais para expandir a capacidade portuária e reduzir custos de transporte, enquanto a Ferrovia Autorizada de Transporte Olacyr de Moraes (FATO) “promete conectar Cuiabá a Lucas do Rio Verde até 2028, fortalecendo Mato Grosso como hub logístico estratégico no Brasil”.

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