Enzimas: redução de custos e melhoria de desempenho

Enzimas: redução de custos e melhoria de desempenho

enzimas-aviculturaNa avicultura, a alimentação representa o principal custo produtivo, atingindo algo em torno de 70 a 80% do total. Isso não é novidade para ninguém.

Porém, a recente escalada nos preços dos grãos, como milho e soja, ligou um sinal de alerta no setor e colocou ainda mais pressão sobre essa cadeia produtiva, tornando a nutrição das aves um desafio estratégico para manter a eficiência e a competitividade do segmento.

Neste cenário, a busca por ingredientes alternativos e aditivos que reduzam os custos das rações e melhorem e/ou mantenham o aproveitamento nutricional das dietas pelas aves tem despertado interesse dos produtores e tem sido alvo de diversas pesquisas.

Atualmente, ingredientes como trigo, aveia, canola, cevada, sorgo, girassol, milheto, farelo de arroz e DDG, dentre outros, são adotados com maior segurança, devido à disponibilidade de informações sobre os níveis nutricionais.

Em relação aos aditivos, as enzimas se destacam. Ao possibilitar uma melhor digestibilidade por parte das aves, esses catalisadores biológicos minimizam os efeitos antinutricionais dos ingredientes alternativos, o que favorece os índices produtivos.

Compostas por proteínas que catalisam reações químicas, as enzimas se acoplam a substratos e, pela ação enzimática, quebram essas moléculas em unidades menores, passíveis de serem absorvidas.

Esta função é importante também em rações à base de milho e farelo de soja, os principais ingredientes utilizados hoje no Brasil, devido à alta variabilidade nutricional e à presença de fatores antinutricionais, além de não serem 100% digeridos pelos animais.

Os fatores antinutricionais presentes no milho estão relacionados ao fitato, amido resistente e às lectinas. Já no farelo de soja, são os PNAs (polissacarídeos não amiláceos), os oligossacarídeos, os inibidores de tripsina e as lectinas.

Voltando às enzimas, sabemos que as aves são capazes de produzi-las, porém, a quantidade endógena não é suficiente para atuar sobre todo o substrato da dieta. Deste modo, a suplementação se faz necessária, por meio de enzimas exógenas.

enzimas-substratoE como cada enzima é muito específica em sua reação catalítica, ou seja, atua somente em um determinado substrato, o uso de apenas uma pode ser insuficiente para atingir o máximo benefício como suplemento em dietas avícolas.

Desta forma, é importante ter conhecimento da composição das rações e dos ingredientes utilizados para a escolha das enzimas adequadas. Ao mesmo tempo, isso sugere que uma combinação de enzimas é mais efetiva, pois esse blend atuará sobre uma maior quantidade de substratos e, assim, uma maior quantidade de energia e nutrientes será liberada, em comparação ao uso de uma enzima isolada.

Ao mesmo tempo, outra preocupação vem à tona: as enzimas precisam resistir a condições desfavoráveis durante o processo de preparação das rações, como alterações de temperatura e umidade na peletização, extrusão e armazenamento.

termoestabilidade-enzimasSabendo disso, a termoestabilidade da enzima é um fator que afeta sua ação catalítica, pois depende do tipo de microrganismo que a produz. Aquelas produzidas por fungos são menos resistentes (até 75°C), enquanto as por bactérias são mais resistentes (80 a 90°C).

ph-enzimasOutro ponto a ser considerado é a resistência da enzima no trato gastrointestinal dos animais, devido à alta variação de pH e umidade e a presença de coenzimas e inibidores no local em que ocorrerá a reação.

E, por fim, é preciso destacar a necessidade do conhecimento do substrato. Assim, a suplementação deve ser direcionada em fases específicas, que contenham quantidade de substrato passível de atuação pelas enzimas.

MELHOR APROVEITAMENTO DOS NUTRIENTES 

Baseado na disponibilidade de substratos das dietas brasileiras, o agZyme, da Agroceres Multimix, é um blend enzimático tecnológico com as principais enzimas para alimentação de aves:

FITASE 

Catalisa a hidrólise do fitato, liberando cálcio, fósforo, aminoácidos e outros nutrientes presentes na dieta;

PROTEASE 

Hidrolisa proteínas complementando a ação das enzimas endógenas, otimizando a digestibilidade dos aminoácidos e a redução de fatores antinutricionais na dieta; A digestibilidade da proteína da ração está muito ligada com a matéria prima que estamos utilizando na ração. A digestibilidade da proteína varia muito em função da idade da ave (por exemplo, a capacidade endógena de produção de tripsina, em que ela aumenta com a idade da ave, aves mais jovens possuem dificuldade em secretar tripsina, assim como aumenta a digestibilidade do nitrogênio com o aumento da idade da ave). Varia também de acordo com a saúde intestinal das aves, pois o aumento de desafios e os fatores antinutricionais das fontes proteicas prejudicam a digestibilidade de proteínas.

A proteína é um dos componentes mais caros da alimentação, influenciando diretamente o crescimento, eficiência e desempenho produtivo. Por isso, usá-la de forma eficiente é uma maneira de reduzir os custos de alimentação sem comprometer a saúde animal.

São requisitos de uma boa protease a atuação em uma ampla gama de proteínas alimentares, compatibilidade com outras enzimas alimentares. A digestão se inicia em faixas de pH mais baixo e se encerra em porções do trato em que o pH fica mais básico.  O agZyme possui protease ácida e neutra, que se complementam a fim de otimizar a sua ação e eficácia ao longo do trato gastrointestinal das aves, ou seja, atuando em diferentes pHs. 

enzimas-xilanaseXILANASE

Degrada os componentes da parede celular de arabinoxilanos solúveis e insolúveis, liberando nutrientes encapsulados dentro da parede celular ao mesmo tempo que reduz a viscosidade da digesta causada pela fração solúvel;

AMILASE

Atua sobre o amido, fração digestível dos carboidratos presentes na dieta. Complementa a ação das enzimas endógenas, potencializando a utilização de energia da dieta e potencializando resultados em desempenho. 

 

NA PRÁTICA 

Em frangos de corte, observa-se rotineiramente uma melhora no desempenho aliada à expressiva redução no custo da ração. Em relação à postura, os resultados também são positivos, como ilustrados a seguir.

Foram formuladas duas dietas experimentais para poedeiras comerciais, com matérias-primas alternativas, como farelo de girassol, trigo e aveia, que apresentam maiores níveis de fatores antinutricionais. Em uma delas foi incluído o agZyme.

conversao-alimentar-enzimasObservou-se uma diferença significativa na conversão alimentar acumulada, medida em quilos de ração por dúzia de ovos. Houve uma redução de 4 pontos na CA/kg/ração/dz ovos com uso do agZyme, indicando um melhor consumo de ração e melhor aproveitamento dos nutrientes da dieta.

As aves consumiram uma quantidade menor de ração, o que se atribui ao aumento na digestibilidade dos ingredientes proporcionado pela ação enzimática do agZyme. Dessa forma, as aves apresentaram uma conversão alimentar mais eficiente, necessitando de menor consumo de ração para manter o nível de produção de ovos.

tabelas-grafico-1-enzimas-agroceres

Neste segundo gráfico, os dados revelam que não houve diferença significativa na porcentagem média de postura entre os tratamentos avaliados. Considerando que o padrão da linhagem é de 85%, ambos os tratamentos apresentaram índices de postura acima dessa média.

Embora a inclusão de agZyme não tenha aumentado a produção de ovos, é possível observar que a adição proporcionou economia na dieta formulada. A porcentagem de postura foi mantida, indicando que a enzima reduziu os custos de ração sem impactar a performance das aves.

tabelas-grafico-2-enzimas-agroceres

E, por fim, a qualidade da casca dos ovos também foi analisada. Os dados indicam que as galinhas alimentadas com a dieta contendo agZyme apresentaram maior resistência e espessura da casca, sendo possível reduzir
perdas com ovos trincados e/ou quebrados.

tabelas-grafico-3-enzimas-agroceres

CONCLUSÃO

AgZyme complementa a ação das enzimas endógenas e sua utilização resulta em uma série de benefícios. Desde maximizar o aproveitamento e a digestibilidade dos nutrientes da dieta até redução do muco no intestino e de substrato para microrganismos patogênicos, passando por redução dos fatores antinutricionais dos ingredientes.

Assim, a ave poupa energia e a direciona para maximizar seu desempenho. O resultado é melhoria no desempenho zootécnico e redução de custos das dietas.
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