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Figura 1: Modo de ação dos bacilos no trato gastrointestinal da ave.
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A avicultura é um setor vital para produção nacional e mundial de alimentos. Além da geração de empregos em massa, fornece alimento para o Brasil e o mundo.
Figura 1: Modo de ação dos bacilos no trato gastrointestinal da ave.A exemplo, está a postura comercial que em 2020 aumentou a produção em 9,12% em relação a 2019 (ABPA, 2021).
O aumento na produção seguiu a demanda do consumidor que finalizou o ano de 2020 com consumo per capita de 251 ovos, 9,1% maior em relação ao ano anterior (ABPA, 2021).
Para atender a necessidade do mercado consumidor é fundamental produzir mais e com qualidade. E para que isto ocorra precisamos que a ave de postura esteja bem estruturada, com uniformidade, recebendo uma dieta balanceada, com capacidade de ingestão e transformação desse alimento, o que ocorre em um trato digestivo relativamente curto e com trânsito rápido, podendo resultar em digestão e absorção incompleta dos nutrientes (Fathi et al., 2018).
Fatores de manejo, danos à mucosa intestinal e imunossupressão causada pelo estresse também podem contribuir para infecções no trato reprodutivo e gastrointestinal, alteração da microbiota e aumento da suscetibilidade a patógenos (Upadhaya et al., 2019).
Neste contexto, fundamentalmente, a ave precisa de:
Efetiva digestão e absorçao de nutrientes;
Barreira mucosa integra e funcional;
Estabilidade da microbiota;
Sistema imune eficiênte;
Os fatores que influenciam diretamente na saúde intestinal, também infuenciam no bem-estar da ave (Bostvironnois and Lundberg, 2018).
Desta forma os probióticos – “micro-organismos vivos capazes de promover a saúde quando administrados em quantidade adequada” (Zoumpopoulou et al., 2018) – produzem alguns benefícios como:
alteração da microbiota intestinal por competição de nutrientes e locais de adesão,
melhoria da função da barreira mucosa por indução na produção de muco (expressão de genes de mucina),
modulação na resposta imune e
produção de enzimas úteis
(Kotzampassi and Giamarellos-Bourboulis, 2012; Hill et al., 2014; Zoumpopoulou et al., 2018; Judkins et al., 2020).
A figura 1 ilustra o modo de ação dos bacilos na microbiota.
A dinâmica que precisa ser compreendida é que a saúde intestinal consiste no equilíbrio da microbiota, entre as bactérias potencialmente benéficas e as bactérias potencialmente patogênicas.
Logo, a suplementação de “bactérias boas” pode promover este equilíbrio (Pickard et al., 2017; Thursby and Juge, 2017) e a ave irá responder com melhora na digestibilidade da dieta, consequentemente melhor eficácia alimentar, redução de riscos de enterites e aumento na produção e na qualidade de ovos (Agazzi, 2015; Zoumpopoulou et al., 2018, Upadhaya et al., 2019).
Outro benefício atribuído ao uso de probióticos é a produção de serotonina.
De acordo com a (Almeida, 2020) 90% da serotonina, o hormônio da felicidade, é produzida no intestino, logo a relação direta com a microbiota. A figura 2 descreve o ciclo do bem-estar e os benefícios associados à integridade intestinal.
Figura 2: Ciclo do bem estar animal e os benefícios associados à integridade intestinal.
Em estudo realizado na Unesp de Botucatu, (Almeida, 2020) administrou-se probiótico constituído de bactérias do gênero Bacillus, sendo Bacillus subtilis (DSM17299) e Bacillus licheniformis (DSM 5749) e observou redução no comportamento agonístico, indicador de bem-estar, que avalia:
a irritação das aves,
arranque de penas,
brigas e
escondidas no fundo da gaiola (apresentados na tabela 1).
Além de melhora nos indicadores de produtividade como:
redução das trincas e
produção de ovos em galinhas com 71 semanas (conforme tabela 2).
Tabela 1: Indicadores de bem estar avaliados.
Médias seguidas por letras diferentes na coluna diferem entre si pelo teste de Tukey (p<0,05). Controle = aves brancas, alimentadas com dietas sem probiótico e com antibiótico; Tratamento = aves brancas, alimentadas com 400g/t de probiótico GALLIPRO® MS e sem antibiótico. CV (%) = Coeficiente de variação.
Tabela 2: Índices produtivos avaliados.
Médias seguidas por letras diferentes na coluna diferem entre si pelo teste de Tukey (p<0,05). Controle = aves brancas, alimentadas com dietas sem probiótico e com antibiótico; Tratamento = aves brancas, alimentadas com 400g/t de probiótico GALLIPRO® MS e sem antibiótico. CV (%) = Coeficiente de variação.
Promover a colonização precoce do trato gastrintestinal e a manutenção com bactérias probióticas estabelecerá uma microbiota saudável e aumentará a resistência à colonização por bactérias patogênicas, (Zoumpopoulou et al., 2018; Judkins et al., 2020; Kogut et al., 2020).
Contudo, para obter o máximo benefício dos micro-organismos probióticos, algumas características descritas na tabela 3 devem ser considerados na hora da sua escolha.
Tabela 3: Características ideais dos probióticos.
Adaptado de (Patterson and Burkholder, 2003; Pandey et al., 2015).
SELECIONANDO UM PROBIÓTICO
Atualmente, existe uma grande variedade de probióticos disponíveis no mercado. Para o maior sucesso na escolha, prefira fornecedores certificados com cepas documentadas.
Além disso, é importante ressaltar que as cepas possuem características distintas e conhecê-las é importante para a melhor efetividade. Apenas como exemplo:
A espécie Bacillus subtilis possui mais de 1000 cepas sequenciadas com diferenças genéticas de aproximadamente 20%, além de características morfológicas, bioquímicas e comportamentais distintas.
Com isso, compreendemos a necessidade de critério no momento de selecionar um probiótico (Koedijk & Bostvironnois, 2017).
A segurança em relação ao uso das cepas probióticas também é um ponto a ser observado. Cada cepa é cuidadosamente selecionada, seguindo diferentes critérios para cada espécie animal (Zoumpopoulou et al., 2018) e resultados obtidos em estudos de eficácia in vivo e in vitro.
A estabilidade do probiótico também é fundamental para os bons resultados, haja visto que são bactérias vivas submetidas a condições adversas, como processos de peletização, contato com acidificantes ou até mesmo formaldeído e precisam sair ilesas para promover as mudanças benéficas no trato gastrointestinal.
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Os bacilos são manipulados na forma de esporos, consequentemente muito resistentes a extremos de pH e temperatura (Nicholson, 2002; Jeong and Kim, 2014). Não apenas resistentes, como também capazes de colonizar o trato gastrointestinal de forma transitória, com poder de germinação e interação com a microbiota para produzir efeitos benéficos (Cartman et al., 2008; Latorre et al., 2014).
A figura 3 relaciona a viabilidade do Bacillus subtilis submetido diferentes temperaturas de peletização.
Figura 3: Viabilidade do Bacillus licheniformis antes e após a peletização.
A mensuração de bacilos é outro ponto importante e deve ser checado a partir da Prova de Recuperação de Bacilos (PRB).
Esta prova permite:
confirmar se a quantidade de bacilos descrita em rótulo está de acordo com o que realmente consta no produto e
auxiliar na identificação de falhas nos processos de mistura da fábrica.
O plano amostral deve incluir amostras de ração colhidas no silo e comedouro e amostras de cama e fezes, conforme figura 4.
Figura 4: Presença de bacilos viáveis em diferentes momentos.
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