Resiliência Agropecuária
De acordo com as previsões do International Grain Council (Grain Market Report/GMR 550 – 2024, January 11th), a oferta global 2023/2024 de grãos poderá alcançar 2,9 bilhões de toneladas (safra de 2,307 bilhões + estoque de 0,598 bilhão), enquanto a demanda superar pouco mais de 2,3 bilhões, resultando em estoque de passagem de 590 milhões de toneladas (Tabela 1).
Já o levantamento para a mesma safra, elaborado pelo Departamento de Agricultura dos EUA/USDA (World Agriculture Supply and Demand Estimates/WASDE – 2024, February 24th), prevê colheita de pouco mais de 2,8 bilhões de toneladas de grãos e estoque de passagem resultante de 779 milhões de toneladas (Tabela 2), com avanço do milho (Tabela 3) e do farelo de soja (Tabela 4).
Tabela 1 – Oferta e demanda global grãos (igc)
*Estimativa; **Previsão; Fonte: GMR 550/IGC
Tabela 2 – Oferta e demanda global grãos
*Estimativa; **Previsão; Fonte: WASDE 664/USDA
Tabela 3 – Oferta e demanda global/milho
*Estimativa; **Previsão; Fonte: WASDE 664/USDA (Estoque ajustado por conta dos grãos em trânsito, ano comercial)
Tabela 4 – Oferta e demanda global/farelo soja
*Estimativa; **Previsão; Fonte: USDA (Estoque ajustado por conta dos grãos em trânsito, ano comercial)
O boletim da safra de grãos 2023/2024 da Companhia Nacional de Abastecimento/CONAB (5º Levantamento/janeiro 2024) estima importações de 2,1 milhões e a colheita de 113,7 milhões de toneladas de milho, resultado da redução de 8,2% na área plantada, do desestímulo por conta do baixo preço ao produtor ao longo de 2023, e também por causa dos extremos climáticos do “Super” El Niño (classificação superlativa atribuída pelo National Oceanic and Atmospheric Administration/NOAA, à exemplo das ocorrências anteriores em 1982/1983, 1997/1998, 2015/2016), fenômeno que embora venha perdendo força, deva prevalecer até o outono, e [cadastrar] que provocou atraso e replantio da oleaginosa e potencialmente prejudicial à janela ideal da semeadura da 2ª safra do cereal.
Sob o prisma da demanda, a expectativa da autarquia aponta para o consumo doméstico de 84,1 milhões de toneladas (incremento de 6%), enquanto prováveis exportações limitadas às 32 milhões de toneladas (recuo de 37,5%), e provavelmente, compensadas pela generosa oferta internacional sustentada principalmente pelos Estados Unidos com a contribuição da União Europeia e até da Ucrânia.
Apesar do recuo de 13,8% em relação ao ciclo anterior, a expectativa revela produçã...