O ano chega apenas ao seu segundo mês e as sanções econômicas americanas e europeias à Bielorrússia, estabelecidas em 2021 e que prometem travar o comércio de um dos maiores fornecedores de potássio do mundo, já se fazem notar. Entre janeiro e este início de fevereiro, duas companhias anunciaram interrupções nos negócios com a antiga república soviética: uma de fertilizantes e outra de serviços logísticos.
Enquanto o mercado aguardava o próximo capítulo dessa história, os preços do potássio chegaram a recuar US$ 15,00 por tonelada em janeiro. No fim de dezembro passado, a tonelada valia US$ 810,00 (posta no porto, no Brasil).
No dia 10 de janeiro, a norueguesa Yara International, maior empresa de fertilizantes do mundo e líder do segmento no Brasil, anunciou que pararia de comprar potássio da Belaruskali, estatal bielorrussa a que fornece, por ano, cerca de 13 milhões de toneladas do produto. O volume é cerca de 20% do consumo global de potássio, um dos ingredientes mais utilizados em lavouras do mundo todo, junto aos derivados de nitrogênio e do fosfato, o trio NPK.
Em comunicado, a Yara informou que, embora o fornecimento esteja, neste momento, em total conformidade com as sanções aplicáveis, outros elos da cadeia de suprimentos estão “retirando serviços essenciais necessários para permitir que as exportações” de Belarus aconteçam.
Contexto
A escalada de conflitos entre potências ocidentais e o governo de Aleksandr Lukashenko, presidente da Bielorrússia, ganhou corpo ao longo de 2021. Em meados do ano passado, a circulação de produtos bielorrussos em portos da Comunidade Europeia ficou mais restrita. Foi quando a UE impôs os primeiros embargos ao país.
Em seguida, em agosto, os EUA estabeleceram uma série de sanções e, entre elas, proibiram o comércio com a Belaruskali. O embargo foi publicado em agosto e passou a valer em dezembro.
O comércio estará totalmente vetado a partir de abril, quando o braço comercial da estatal, a BPC, passará a ser incluída nos embargos.
A proibição envolve apenas americanos, mas os efeitos afetam outros países importadores, caso do Brasil.
Isso porque as operações de importação costumam ser feitas em dólar e intermediadas por bancos que têm escritórios em solo americano. Os importadores no Brasil estão estudando como driblar esse problema desde o ano passado, informam fontes da indústria.
Fonte: Valor
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