Ação sinérgica de fitase e estimbiótico na qualidade óssea de frangos
Para ler mais conteúdo de nutriNews Brasil 1º Trimestre 2025
Ação sinérgica de fitase e estimbiótico na qualidade óssea de frangos
A pressão por melhorias no desempenho de frangos de corte, tem aproximados os diversos profissionais dos segmentos da cadeia produtiva, visando expandir a visão estratégica, incrementar a produtividade e lucratividade do setor.
O grande desafio do setor é minimizar a vulnerabilidade a doenças, infecções e distúrbios, promovendo o bem-estar e garantir o crescimento sustentável. Um dos campos com grande potencial de exploração é maximizar o uso dos nutrientes e aditivos nutricionais na ração.
A claudicação causada por condronecrose bacteriana com osteomielite (BCO) é uma infecção nos ossos femoral ou tibial, provocada por bactérias oportunistas que, após se infiltrarem na circulação devido à supressão imunológica ou deterioração gastrointestinal, podem levar à necrose dos ossos.
A incidência relatada pode estar presente e influenciar negativamente o desempenho e a saúde de aves de corte, embora não seja reconhecida como tal. Aproximadamente de 10% a dos frangos de corte sofrem com essa doença subclínica (Thorp et al., 1993) a 30% de incidência (Granquist et al., 2029).
Ela aumenta a mortalidade, resulta em menor ganho de peso corporal e maior conversão alimentar, pois as aves afetadas sofrem de mobilidade prejudicada e são incapazes de se locomover até os comedouros e bebedouros com a mesma frequência com que deveriam.
Com base em pesquisas e no conhecimento atual sobre os patógenos associados à BCO, sabe-se que bactérias patogênicas, como Staphylococcus spp., Enterococcus spp. e até mesmo E. coli, presentes no intestino, podem gradualmente ultrapassar o epitélio intestinal e alcançar a circulação, resultando em infecções.
Assim, a principal abordagem é aprimorar a saúde intestinal e a função da barreira intestinal, a fim de proteger contra a translocação bacteriana responsável pela BCO.
Uma das estratégias que nutricionistas e sanitaristas podem tomar como base para mitigar estes riscos, fundamenta-se no uso de fitases e estimbióticos.
A adição da enzima fitase nas raçoes permite degradação do fator antinutricional fitato, com isso possibilita maior absorção e utilização de fósforo, cálcio, outros microminerais e nutrientes na dieta, o que se tornou um aditivo alimentar comum para melhorar o desempenho de frangos de corte (Costa, 2019).
• As fitases também demonstraram afetar os níveis circulantes minerais e de mio-inositol nas aves, que têm ligações diretas com vias mecânicas de estresse no desenvolvimento de células ósseas.
Uma outra estratégia é a utilização do estimbiótico. De acordo com Gonzales-Ortiz et. (2019), estimbioticos são aditivos dietéticos que podem estimular um microbioma degradador de fibras e aumentar a fermentabilidade da fibra em quantidades muito baixas.
O Signis da empresa AB Vista é um estimbiótico que possui uma combinação única e é composto por uma combinação de uma enzima xilanase altamente purificada e os xilo-oligossacarídeos (XOS).
Esses componentes juntos atuam diretamente como um prebiótico ou uma molécula de sinalização projetada para acelerar o desenvolvimento de um microbioma de digestão de fibra e mecanismos de alimentação cruzada.
Com isso o objetivo é transformar o potencial da fibra que está naturalmente presente nos grãos que são utilizados na elaboração dos alimentos das aves (em especial frangos de corte) em uma fonte potencial de prebiose intestinal, associando-se assim um baixo custo da estratégia para para obter um excelente desenvolvimento de um microbioma degradante de fibra, que geralmente é positiva para a saúde intestinal e para a performance do animal.
Para avaliar esse efeito de reduzir a claudicação, um grupo de pesquisadores da universidade do Arkansas e da AB Vista (Greene et al., 2024) avaliaram os efeitos da fitase (Quantum Blue, AB Vista) e de um aditivo estimbiótico (Signis, AB Vista) na qualidade.
Os frangos de corte foram criados por 56 dias em piso de cama ou rampas para induzir BCO (figura 1) e alimentados com uma das 6 dietas: controle positivo (PC); controle negativo (NC, cálcio e fosforo deficientes); PC mais estimbiótico; PC mais estimbiótico e fitase; NC mais fitase; NC mais estimulobiótico e fitase.
• O estimbiótico foi adicionado a 100 g/tonelada e a fitase a 3000 FTU/kg. As aves foram pontuadas para BCO com 56 dias de idade, ou quando sacrificadas para claudicação.
A mortalidade por todas as causas foi maior no piso com rampa em comparação com a cama, independentemente do tratamento. A claudicação foi significativamente induzida por rampas, com a maior incidência na dieta NC. É importante ressaltar que a adição de estimbiótico e fitase à dieta NC reduziu a claudicação em ∼50%.
As pontuações de BCO do fêmur foram reduzidas de forma semelhante, com ∼60% dos fêmures pontuados ≥1 no grupo NC em comparação com 30–37% nos grupos suplementados com estimbiótico e fitase, indicando que esses suplementos podem impactar o início/progressão da claudicação em aves (figura 2).
Figura 2: Incidência de claudicação ao longo do tempo (a) e no total (b).
Não houve correlação entre os níveis de Inositol plasmático e ósseo; no entanto, o piso com rampa reduziu o Inositol ósseo, independentemente da dieta.
Acredita-se que redução da incidência e gravidade do BCO pode estar relacionada ao aumento das vilosidades intestinas com o uso da enzima fitase que está demostrada na literatura, o que pode impactar positivamente combinação de fitase e estimbiótico, melhorando o meio bacteriano intestinal.
Embora os parâmetros intestinais não tenham sido avaliados nesse estudo, as relações entre a saúde intestinal e óssea oferecem uma perspectiva interessante para suplementos dietéticos com potência para melhorar ambos.
• Se necessitar de mais detalhes sobre os dados descritos anteriormente, por favor, entrem em contato com um representante de AB Vista, estaremos sempre a sua disposição!
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