Presença de Micotoxinas nas rações analisadas e implicações para a saúde animal
Comparação da concentração e prevalência de algumas micotoxinas em rações premium e econômicas para cães adultos
As micotoxinas são metabólitos secundários de fungos principalmente dos gêneros Aspergillus, Penicillum e Fusarium. Esses metabólitos produzem efeitos tóxicos em animais e humanos a partir da contaminação de grãos de cereais devido a condições inadequadas principalmente de armazenagem. Por conterem grande quantidade de grãos em sua composição, as rações secas para cães são susceptíveis à contaminação com micotoxinas.
Frente à importância econômica e para a saúde dos animais, o objetivo deste estudo foi determinar as concentrações de aflatoxina total, ocratoxina-A, fumonisina-B1 e zearalenona em 40 marcas extrusadas tipo seco com diferentes teores nutricionais (cereais ou sem grãos), que eram alimentos de classe econômica e premium, produzidos comercialmente para cães adultos.
As rações comerciais foram obtidas em pontos de venda de produtos para cães em Istambul e dez amostras foram obtidas de cada tipo de ração:
[cadastrar] O teste de ELISA foi aplicado para a determinação da concentração de cada micotoxina nas amostras em questão.
Presença de Micotoxinas nas rações analisadas e implicações para a saúde animal
Aflatoxina
A aflatoxina não foi encontrada em nenhum dos alimentos Gfree mas foi encontrada em 90% das amostras FF+G e em 70% das rações FC+G. No presente estudo, a concentração de aflatoxina total em rações de classe econômica atingiu até 6,85 ppb na matéria seca.
Estudos de surtos de envenenamento em cães encontraram valores muito altos de aflatoxina 1 (<5,0 ppb) (Newman et al. 2007). Dessa forma foi observado que o risco de aflatoxicose crônica foi maior em rações da classe econômica do que em rações premium.
Os produtos à base de cereais, que constituem uma parte importante das dietas de animais de produção, que nesse caso suas vísceras e ossos são utilizados para a produção de farinha incorporada à fabricação das rações, podem causar resíduos de aflatoxina na carne de cordeiro e frango com presença de aflatoxinas totais, o que foi determinado no presente estudo.
Ocratoxina-A
As ocratoxinas são um grupo de micotoxinas produzidas por algumas espécies de Aspergillus e de Penicillium, sendo a ocratoxina-A a com maior relevância de patogenicidade na alimentação animal.
A partir do teste de ELISA realizado não foi encontrada ocratoxina-A nas rações premium em nenhuma das combinações de alimentos em suas composições, diferente dos alimentos de classe econômica, onde todas as rações apresentaram a presença dessa micotoxina, mas em concentrações que não causam prejuízo a saúde animal.
Fumonisina B1
De acordo com os ingredientes alimentares, a fumonisina-B1 foi detectada em 60% das amostras de FC+grãos estudados. A fumonisina-B1 foi detectada em 40% dos FP+grãos e Gfree. A fumonisina-B1 foi detectada em 10% das rações premium e 70% das rações econômicas (P<0,001).
A maior concentração de fumonisina-B1 nas rações para cães foi na classe econômica da ração FF+grãos (3107 ppb com base na matéria seca). As classes premium de FC+grãos e FP+grãos não continham micotoxinas fumonisina-B1.
Ainda com esses resultados, foi observado que o nível de fumonisina-B1 presente nos alimentos da classe econômica foi 6 vezes maior que em comparação com alimentos para cães de classe premium, e esse nível de micotoxina estava em uma concentração mais alta do que as outras classes de micotoxinas estudadas.
Da mesma forma, em pesquisas anteriores (Macías-Montes et al. 2020) foi determinado que as fumonisinas (B1 e B2) foram as micotoxinas com concentrações mais elevadas encontradas em alimentos do tipo seco para cães e gatos.
Presença de Zearalenona
A concentração de zearalenona nas rações para cães de classe premium (cerca de 153 na matéria seca) foi maior do que a de alimentos para cães de classe econômica (cerca de 7 ppb na matéria seca). A concentração de zearalenona do GFree (cerca de 6 ppb) foi menor do que as encontradas nas rações com uso de farinhas de origem animal. Um estudo realizado no Brasil relatou baixos níveis de zearalenona em alimentos secos para cães (Bissoqui et al. 2016 ).
Análise total da presença de micotoxinas
A concentração total de micotoxinas (aflatoxina total + ocratoxina-A + fumonisina-B1 + zearalenona) da ração Gfree foi menor do que a de outras rações (P<0,01).
A concentração total de micotoxinas em alimentos para cães de classe econômica (897 ppb na matéria seca) foi maior do que a de alimentos para cães de classe premium (198 ppb). A maior concentração total de micotoxinas foi na classe econômica de alimentos FF+grão.
Como esperado, os alimentos para cães sem uso de grãos em sua formulação não incluíam aflatoxinas, mas de alguma forma houve contaminação com micotoxinas (principalmente ocratoxina-A, fumonisina-B1 e zearalenona) em rações sem grãos para cães pertencentes a classe econômica.
Conclusão
Os alimentos para cães sem grãos contêm concentrações muito baixas de micotoxinas como a fumonisina-B1 e zearalenona, enquanto os alimentos premium para cães não contêm nenhuma indicação dessas. A Fumonisina-B1 é encontrada em concentrações mais baixas do que as classes econômicas. A ocratoxina-A não foi detectada em nenhum dos alimentos premium.
Curiosamente, os alimentos de classe econômica apresentaram concentrações mais baixas de zearalenona do que os alimentos para cães de classe premium. A aflatoxina total não foi detectada nas classes econômica e premium de alimentos sem grãos e farinha de peixe + grãos. Em geral, os alimentos de classe premium contêm uma concentração mais baixa de aflatoxina total. [/cadastrar]
Texto original: Comparison of some mycotoxin concentration and prevalence in premium and economic class of adult dog foods
Por: Kanber Kara, 2022.
Assine agora a revista técnica de nutrição animal
AUTORES
Escolha sua fonte de potássio com sabedoria
Ricardo SantinCELMANAX em aves e a redução da prevalência de Salmonella
BronchoVest: a solução natural aos desafios respiratórios e térmicos
Propriedades e benefícios da Curcumina na alimentação de pets
Camilla Mariane Menezes SouzaEsporo Bacteriano: o mais resistente dos probióticos
Patrick RoieskiUso de enzimas e aditivos fitogênicos na nutrição de aves, suínos e cães
Vivian Izabel VieiraConheça as particularidades Halal para nutrição animal
Yuri de Gennaro JarucheAlgas marinhas na alimentação de aves: uma estratégia sustentável
Por que as micotoxinas são importantes na produção de frangos de corte?
As exportações de grãos em 2024
Ecobiol – uma cepa, muitos benefícios
Saúde e metabolização hepática para melhora do desempenho de leitões
Eduardo RaeleNutrição dos peixes de cultivo: otimizando o crescimento sustentável
Francisco MedeirosComo atender à crescente demanda por proteínas livres de antibióticos?
O Brasil soma recordes na produção animal brasileira
Ricardo Santin