À medida que o uso de antibióticos é cada vez mais reduzido, meios alternativos são necessários para lidar efetivamente com a APEC.
Levantamento de Escherichia coli patogênica aviária (APEC) e prevalência de genes de virulência no trato gastrointestinal de aves
A colibacilose aviária é uma infecção sistêmica causada por Escherichia coli de grande importância para a indústria avícola comercial devido à perda de rendimento (Nolan et al., 2013).
A E. coli patogênica aviária (APEC) compreende um subconjunto específico, porém diversificado, de E. coli patogênica que causa doenças extraintestinais em aves (Rodriguez-Siek et al., 2005).
Estudos encontraram cepas clínicas de APEC no trato gastrointestinal de aves (TGI), sugerindo que o TGI atua como um reservatório para E. coli patogênica.
À medida que o uso de antibióticos é cada vez mais reduzido, meios alternativos são necessários para lidar efetivamente com a APEC.
No presente estudo, dados de 136 matrizes pesadas e 570 frangos de corte provenientes de 17 mapeamentos em quatro regiões do Brasil foram analisados para determinar a ocorrência de cepas de APEC e a prevalência de genes de virulência em sistemas comerciais de produção de frangos de corte.
Objetivo
Investigar a ocorrência de cepas APEC em trato gastrointestinal de aves em sistemas comerciais de produção de frangos de corte para identificar a gravidade dos desafios.
Metodologia
Um total de 136 TGI de matrizes pesadas e 570 de frangos de corte provenientes de 17 mapeamentos foram analisados.
Os TGI de frangos de corte, representativos de uma determinada empresa ou região, foram coletados no local e enviados aos laboratórios em um prazo de 24 horas
A contagem dos níveis de E. coli foi realizada em placas.
Isolados de E. coli foram submetidos ao PCR multiplex para determinar a patogenicidade de cada isolado através da identificação dos genes hlyF, iss, ompT, iroN e iutA (Johnson et al., 2008ab).
Resultados
Matrizes Pesadas
Os mapeamentos indicam níveis altos de APEC em matrizes pesadas no Brasil sendo que a maior parte (62%) das cepas isoladas apresentavam mais de 2 genes de virulência.
Figura 1. Dados médios dos mapping das matrizes pesadas no Brasil. A) Contagem média de E. coli. B) Média de genes de virulência encontrados nas cepas de E. coli isoladas.
Quando os valores médios são segregados por idade de coleta, são observados maiores níveis de APEC em aves mais velhas.
Figura 2. Contagem média de E. coli por idade das matrizes pesadas.
A região brasileira que apresentou maiores níveis de APEC em matrizes pesadas foi a região sul seguida da região sudoeste e nordeste.
Figura 3. Contagem média de E. coli das matrizes pesadas por região geográfica
Do ponto de vista de virulências as cepas do nordeste foram as mais patogênicas, das quais 70% apresentavam mais de 2 genes de virulência.
Figura 4. Média de genes de virulência encontrados nas cepas de E. coli isoladas das matrizes pesadas por região geográfica.
Frangos de Corte
Os mapeamentos indicam níveis altíssimos de APEC em frangos de corte no Brasil sendo que 42% das cepas isoladas apresentavam mais de 2 genes de virulência.
Figura 5. Dados médios dos mapping de frangos de corte no Brasil. A) Contagem média de E. coli. B) Média de genes de virulência encontrados nas cepas de E. coli isoladas
Os dados por idade mostram que aves mais novas apresentam níveis altíssimos de APEC (mesmo aves de 1 dia). Depois da primeira semana as contagens diminuem e ficam flutuando sem um padrão bem definido até o abate.
Figura 6. Contagem média de E. coli por idade dos frangos de corte.
Todas as regiões avaliadas apresentaram níveis altíssimos de APEC. Os frangos de corte da região sul e centro-oeste do Brasil apresentam níveis idênticos de E. coli, na sequência, vem o nordeste seguida da região sudeste.
Figura 7. Contagem média de E. coli dos frangos de corte por região geográfica.
Do ponto de vista de virulência a região nordeste apresenta a maior frequência de E. coli patogênica (81%). As regiões sudeste e centro-oeste apresentam perfis similares. A região sul foi a que apresentou maiores níveis de E. coli altamente virulentas (4-5 genes).
Figura 8. Média de genes de virulência encontrados nas cepas de E. coli isoladas dos frangos de corte por região geográfica, independentemente da idade.
Conclusões
Os níveis de E. coli e APEC encontrados em matrizes pesadas e frangos de corte foram elevados em todas as idades e regiões avaliadas.
Matrizes pesadas apresentam maior prevalência de cepas patogênicas do que frangos de corte (62% vs 42%).
A prevalência de cepas patogênicas foi maior na região nordeste principalmente em frangos de corte.
Artigo escrito por Elanco
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