Microbiota do leitão: estratégias para garantir uma adequada saúde intestinal

26 Sep 2023

Microbiota do leitão: estratégias para garantir uma adequada saúde intestinal

Microbiota do leitão: estratégias para garantir uma adequada colonização, maturação e resiliência

Tema será apresentado em painel do simpósio da dsm-firmenich na pré-abertura da ABRAVES 2023.

O desempenho dos suínos é intimamente dependente de um bom cumprimento dos mecanismos relacionados aos processos básicos de digestão e absorção dos alimentos. Entretanto, esses referidos processos são impactados de forma direta pelo microbioma, sistema imune e função de barreira intestinal, aos quais ditam a capacidade de aproveitamento do alimento ingerido.

Nos últimos anos, os estudos sobre microbiota intestinal têm crescido de forma exponencial. As técnicas mais modernas de avaliação da microbiota favoreceram a evolução dos mesmos, mas o grande impacto vem dos resultados que são gerados. A cada dia temos descobertas que reforçam a grande importância da microbiota intestinal para garantia da saúde integral em diferentes espécies. Neste sentido, precisamos garantir uma microbiota saudável para as diferentes fases dos suínos, sendo que, as grandes oportunidades estão no início da vida, enquanto leitão, a qual a plasticidade é muito maior.

A microbiota intestinal possui funções biológicas no crescimento e no desenvolvimento digestivo. Além disso, contribui para a eficiência da utilização dos alimentos, desempenha um papel importante no metabolismo, na resistência dos patógenos e no desenvolvimento da imunidade, promovendo assim, um ambiente intestinal saudável, reduzindo a ação de fatores antinutricionais e de toxinas (LEE; HASE, 2014; LIANG; WU; JIN, 2018). A alteração no equilíbrio da microbiota intestinal é conhecida como disbiose, sendo um fator importante para desencadear distúrbios intestinais como por exemplo, diarreia associada a presença de patógenos (MINAMOTO et al., 2014; WARD et al., 2016).

O trato gastrointestinal dos mamíferos abriga uma gama de espécies bacterianas que desempenham funções importantes na manutenção da saúde e crescimento do hospedeiro. Assim, o cuidado com os primeiros colonizadores bacterianos do intestino são de total importância para a determinação de uma comunidade microbiana ideal, contribuindo para o metabolismo geral do organismo (GUEVARRA et al., 2018).

A composição da microbiota intestinal se tornou alvo de diversas pesquisas com o objetivo de facilitar a compreensão sobre sua função na saúde animal. Essa composição não é considerada estática e se altera ao longo do tempo através de uma sucessão de microrganismos que finaliza em uma comunidade mais estável (PALMER et al., 2007).

A partir do nascimento inicia-se a colonização intestinal, moldada pelo consumo do colostro, contendo imunoglobulinas e outras substâncias que afetam o desenvolvimento do sistema imunológico dos leitões (LASKOWSKA; JAROSZ; GRĄDZKI, 2019). Além disso, a lactose presente no leite materno fornece um aporte nutricional para a população de bactérias que colonizam o intestino dos leitões, construindo assim, uma microbiota voltada para o leite como substrato.

Desta forma, rapidamente após o nascimento, as bactérias maternas e ambientais colonizam o intestino dos neonatos moldando o desenvolvimento do sistema imune intestinal (AGÜERO et al., 2016). Porém, quando a composição microbiana intestinal em suínos é prejudicada durante o período neonatal, haverá uma maior ocorrência de danos aos leitões após o desmame, sugerindo uma elevação na permissividade à colonização por patógenos e indução a um estado pró-inflamatório (MULDER et al., 2009; PABLACK; VAHJEN; ZENTEK, 2015; SCHMIDT et al., 2011).

É possível discriminar leitões diferencialmente suscetíveis à diarreia pós-desmame através de sua diversidade bacteriana de forma precoce. Abrindo caminho para o desenvolvimento de novas estratégias aplicadas durante a lactação como alternativa para prevenir distúrbios digestivos no pós-desmame. Esta modulação positiva do microbioma é correlacionada aos suínos que obtêm maior ganho de peso durante as fases de creche, crescimento e terminação.

Por isso, precisamos investir na gestão estratégica da microbiota intestinal, através da colonização adequada já na maternidade; da maturação, principalmente na transição da maternidade para a creche e; por consequência, garantir maior resiliência para o leitão e fases subsequentes.

Falarei mais sobre estas estratégias durante apresentação do painel que traz o nome deste artigo: ‘Microbiota do leitão: estratégias para garantir uma adequada colonização, maturação e resiliência’, durante a minha apresentação no pré-simpósio da dsm-firmenich na data da abertura oficial do XX Congresso da ABRAVES – 2023.

*Por Prof. Dr. Vinícius Cantarelli na Universidade Federal de Lavras (UFLA) – Assessoria de Imprensa dsm-firmenich

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