A palma forrageira é uma ótima opção para alimentar os rebanhos no Semiárido e o algodão é uma excelente fonte de proteínas, dizem especialistas
A Embrapa Algodão e o INSA (Instituto Nacional do Semiárido) estão trabalhando em parceria para o desenvolvimento de um novo inseticida, a partir de de sisal (Agave sisalana), para o controle de cochonilhas da palma forrageira e do algodoeiro no Semiárido brasileiro.
Os trabalhos de pesquisa estão sendo conduzidos em áreas de campo e laboratórios das duas instituições, na cidade de Campina Grande, PB. O acordo técnico firmado no final do ano passado terá três anos de duração.
A palma forrageira possui vantagens como:
Sendo assim, é uma cultura que pode ser explorada por vários anos seguidos, possibilitando, quando em plantios adensados, maior eficiência no uso da terra.
Apesar de possuir baixo teor de proteína, a palma forrageira possui altos teores de carboidratos totais, matéria mineral e umidade, características importantes na alimentação e hidratação dos animais devido à escassez hídrica.
O algodão também possui tolerância ao déficit hídrico, além de ser uma excelente alternativa como nicho de mercado orgânico e natural para complementação de renda do pequeno produtor. Além da produção de fibra, a sua integração permite a composição da fração proteica existente na biomassa do algodoeiro, e a utilização da torta e farelo após o beneficiamento da pluma.
Segundo o entomologista Carlos Domingues, também da Embrapa Algodão, as principais pragas que atacam a palma forrageira e algumas espécies em algodoeiro são relacionados a insetos sugadores, especialmente as cochonilhas.
Palma forrageira
Conforme dados do Insa, o Brasil é o maior produtor mundial de palma forrageira para alimentação animal. Estima-se que existam, com essa finalidade, cerca de 500 mil hectares de palma forrageira no Nordeste, concentrando-se principalmente nos estados da:
Onde a cultura encontrou condições ideais para seu desenvolvimento. A palma pode substituir, em parte, outras fontes energéticas como capins e grãos.
A pesquisadora Jucilene Araújo, do Insa, responsável pelo projeto na instituição, reforça que a pecuária é uma das principais fontes de renda do Semiárido brasileiro, mas, dadas as grandes oscilações na disponibilidade de forragens causadas pelas estiagens que ocorrem na região, é necessário o uso de plantas adaptadas como a palma forrageira, que suporta grandes períodos de escassez de água.
Ela relata que há uma grande preocupação por parte dos produtores de palma e dos pesquisadores em relação a pragas e doenças dessa cultura, com destaque para as pragas cochonilha do carmim e cochonilha de escama.
“Atualmente, temos quatro variedades de palma resistentes à cochonilha do carmim, que são cultivadas em substituição à variedade Gigante, no entanto, são suscetíveis à segunda praga de maior importância da cultura que é a cochonilha de escama. Estas pragas causam prejuízos aos produtores rurais, diminuindo a quantidade de forragem produzida e muitas vezes inviabilizando a colheita, afetando assim a economia da região”, conta.
Neste projeto, os pesquisadores enfocarão a cochonilha de escama.
Inseticida verde
A Embrapa Algodão tem pesquisado compostos ativos a base de extrato líquido de sisal para o controle de lagartas e carrapatos em bovinos. Com a base de conhecimento gerado, em conjunto com a Universidade Federal da Paraíba, desenvolveu um produto com eficácia para controle de todas as fases do mosquito Aedes Aegypti.
Agora, em parceria com o Insa, o objetivo é prospectar, desenvolver e testar um novo composto químico com ação inseticida identificada em genótipos de Agave a partir de substâncias ativas para o controle das cochonilhas em palma forrageira e no algodoeiro, duas culturas de alta demanda por produtos fitossanitários.
Fontes: Embrapa Agodão
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