O preço do milho bateu novo recorde e chegou a R$ 81,48 pela saca de 60kg. O valor é o maior já registrado nos levantamentos do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, iniciada em agosto de 2004.
No acumulado de 2020, o Indicador do milho Esalq/BM&FBovespa (Campinas – SP) acumula alta de 67,7%, em termos nominais. Na parcial de outubro (até dia 27), a média é de R$ 71,11/sc, valor 45,6% superior ao do mesmo período do ano passado, em termos reais.
Segundo pesquisadores do Cepea, o impulso tem vindo principalmente da elevação dos valores nos portos – diante da maior paridade de exportação, por conta das valorizações internacionais e do dólar. Além disso, as aquecidas demandas doméstica e externa também influenciam os preços no Brasil.
“Atentos à baixa disponibilidade do cereal e aos possíveis impactos do clima sobre a próxima safra, vendedores limitam novas ofertas e sustentam o movimento de alta”, informa o relatório.
Muitos compradores consultados pelo Cepea já demostram dificuldades em encontrar novos lotes de milho no spot e também indicam ter margens comprometidas diante do atual preço. Com isso, no último dia 16, o governo anunciou a suspensão temporária das tarifas de importação de milho e também de soja. Contudo, ao avaliarem a viabilidade das importações, demandantes se esbarram nas dificuldades logísticas e no dólar elevado.
Enquanto a importação é facilitada, o milho brasileiro segue atrativo ao mercado internacional, contexto quem mantém firme as exportações. Nos primeiros 16 dias úteis de outubro, a Secretaria de Comércio Exterior (Secex) aponta que foram embarcadas 4,3 milhões de toneladas do cereal. Quanto aos preços, levantamento do Cepea mostra que, no acumulado da parcial de outubro (até o dia 27/10), as cotações do cereal subiram 21% em Paranaguá (PR) e 19% em Santos (SP).
Os preços do milho estão em alta em todas as regiões acompanhadas pelo Cepea, mas as valorizações mais intensas são verificadas nas consumidoras, como São Paulo e Santa Catarina, devido a dificuldades em encontrar o cereal para negociar.
Também há relatos de baixa disponibilidade de cereal no spot do Rio Grande do Sul, fazendo com que compradores busquem novos lotes de Mato Grosso do Sul, do Paraná e, até mesmo, de países vizinhos.
No Paraná, apesar de a colheita da segunda safra ter sido finalizada há poucos dias, produtores consultados pelo Cepea limitam as ofertas e se concentram nos trabalhos de campo.
Quanto ao Centro-Oeste brasileiro, pesquisadores indicam que a colheita foi elevada neste ano, mas produtores, aproveitando os altos preços, já comercializaram boa parte da produção, mantendo armazenado o volume restante, à espera de novas valorizações. No Nordeste, nem mesmo a colheita regional em estados como Sergipe limitou o avanço nas cotações.
Por: Portal DBO
Assine agora a revista técnica de nutrição animal
AUTORES
Como o El Niño pode afetar a produção de grãos no Brasil
Felippe ReisCritérios de escolha de alimentos alternativos para rações – Parte I
Taynara Prestes PerineNão é apenas uma coleção de micróbios: o microbioma é um órgão das aves
Ricardo SantosInfluência dos antioxidantes e vitamina A na produção de ovinos
Laís Santana Celestino MantovaniNovas abordagens para avaliar a eficácia dos adsorventes de micotoxinas
Abdelhacib KihalUso do prebiótico UNIWALL® MOS 25 e seus benefícios na qualidade de ovos
Patrick RoieskiA Importância dos minerais para cães e gatos e seus efeitos durante a extrusão
Karla Gabriela MemareDesvendando o potencial do sorgo na nutrição de aves e suínos
Vivian Izabel VieiraO papel funcional da metionina em vacas leiteiras em transição
Rodrigo de AlmeidaResiliência Agropecuária
Ariovaldo Zani