Entrevista com Luciano Roppa CEO e Presidente do Conselho da YES SINERGY 1. O ano de 2022 iniciou com […]
Entrevista com Luciano Roppa
CEO e Presidente do Conselho da YES SINERGY
1. O ano de 2022 iniciou com o conflito entre Rússia e Ucrânia que tem ganhado forças progressivamente. O conflito provocou grandes rupturas em escala global em diversos setores devido às commodities produzidas por esses dois países e ao aumento da inflação. O setor de produção animal foi fortemente afetado. Qual o impacto do conflito no Leste Europeu na produção de proteína animal?
As causas do difícil momento que a humanidade está vivendo, vão além do conflito entre a Rússia e a Ucrânia. Ele foi precedido pela pandemia da COVID, que paralisou várias atividades e iniciou um processo inflacionário global, e pelas enfermidades que afetaram os animais, como a peste suína africana e a gripe aviária.
Quando olhamos esse quadro de enfermidades na espécie humana e nos animais, além do conflito entre a Rússia e a Ucrânia, começamos a entender por que o mundo atravessa, no presente momento, uma crise energética e uma crise alimentar sem precedentes na história moderna.
Todos esses fatores mencionados vieram a aumentar o preço das principais commodities no mundo. Começando com o aumento do preço do petróleo que encareceu todos os fretes, principalmente, os marítimos.
Passando também pela dificuldade das exportações pela Rússia e pela Ucrânia que são grandes produtores de:
Também, por serem países que produzem potássio e ureia, acabaram afetando o mercado de fertilizantes, que encareceram e acabaram afetando toda a cadeia produtiva de grãos. Metade da população mundial obtém seus alimentos graças ao uso de fertilizantes, e se isso for retirado de alguns cultivos, essa produção pode cair até 50%. Sem o Potássio somente, cairia 20%
Somados todos estes fatores, vivemos hoje um momento de aumentos generalizados de preços, uma inflação global e uma dificuldade muito grande por parte dos criadores no mundo inteiro de suportar esses novos preços.
As consequências mais fortes são sentidas pelos pequenos produtores. Isso é muito triste e preocupante, porque 70% dos alimentos do mundo são por eles produzidos. Eles ficaram muito vulneráveis ao aumento de custos e gradativamente vão abandonando a atividade.
Mesmo com a alta nos preços dos alimentos há muita dificuldade de repassar o custo real para os consumidores, já que, com todos esses fatores mencionados, as economias do mundo todo enfraqueceram e diminuíram o poder aquisitivo das suas populações.
A preocupação é tanta em relação à crise alimentar, que vários países suspenderam suas exportações para garantir o abastecimento interno e evitar aumentos que trouxessem uma grande inflação (e falta) para sua própria população. A Índia e o Egito suspenderam as exportações de trigo, a Argentina as de farelo e óleo de soja …
Esse quadro apresentado é um grande desafio para o processo de Globalização porque todos os países estão agindo para proteger suas próprias fronteiras e população, evitando as exportações e tentando administrar a crise alimentar dentro dos seus próprios territórios.
Já começam a surgir novas palavras para definir o momento atual de protecionismo e nacionalismo da produção: “nearshoring” (produzir em um lugar próximo), “onshoring” (retomar a produção no país), “renacionalização …
Seguramente, a crise alimentar, pela falta e pelo alto preço dos alimentos, vai afetar os países menos desenvolvidos, principalmente os que importam muitos alimentos como os países africanos e do oriente médio.
Se olharmos o conflito da Ucrânia e Rússia especificamente, fica claro o prejuízo para os países Europeus. Além de não poder contar com os grãos originários daqueles países, ainda sofrem a consequência do aumento dos preços das fontes energéticas.
Dependentes em grande parte do gás da Rússia, hoje sofrem com a elevação de preços e o desabastecimento eminente. Para piorar a situação, esses países não têm condições de repor essas fontes num prazo menor que 3 a 4 anos.
Os europeus também ficaram bastante prejudicados porque eram grandes clientes consumidores de trigo, milho e girassol fornecidos pela Ucrânia e pela Rússia. Com isso, passam a ter que importar, ou, na pior das hipóteses, passam a ter um aumento altíssimo nos custos de produção, inviabilizando tanto a produção de aves, como de suínos.
Nota-se hoje uma perspectiva de diminuição de 2 a 3% do plantel de animais de produção na Europa devido aos altos custos de produção. A preocupação atual é tanta, que a forte Central Agrícola COPA-COGECA fez a proposta de usar 2 milhões de hectares, dos 8 milhões de hectares de EFA’s (Superfície de interesse ecológico), para voltar a plantar. Querem revisar sua estratégia Ambiental e de biodiversidade auto imposta, em nome de sua segurança alimentar.
O Brasil como grande produtor agrícola e de carne, exportando praticamente 20 a 25% da sua produção de proteínas animais, nesse momento se vê beneficiado, pois está podendo exportar grandes quantidades.
Os bovinos e frangos, nesse primeiro quadrimestre de 2022, bateram recorde de exportação. A única queda nas exportações foi na carne suína, devido à diminuição da importação da China. Porem, o problema da China não esta relacionado com esses fatores que mencionamos, mas sim pelo aumento da produção de suínos que foi feita em tempo recorde no país.
Era esperado que essa reposição dos plantéis – que foram dizimados pela peste suína africana – fossem durar até 2024/25, mas os chineses, numa velocidade impressionante, reconstituíram a sua produção. Os plantéis chineses praticamente já voltaram a níveis muitos próximos aos de antes da peste suína africana, e começam a importar cada vez menos. Esse ano eles vão importar 1 milhão de toneladas de carne suína a menos do que o ano passado. [registrados]
2. Após esse conflito, o qual acabou aumentando ainda mais o custo de produção de proteína animal, houve alguma mudança no mercado de produtos que contenham biotecnologia (aditivos como probióticos, prebióticos, fitogênicos, etc) devido ao conflito? O produtor deixou de comprar esses produtos ou, prezando pela eficiência na produção, continuou utilizando?
Sim, sempre que há um aumento do custo de produção, com uma dificuldade de repassar isso ao consumidor e o criador passa a ter menores margens, os primeiros ingredientes que saem da formulação, são os aditivos.
Porém, isso pode ser um grave erro, pois os aditivos alimentares melhoram a eficiência da produção. O não uso faz com que a produção seja menos eficiente e esse é um dos primeiros passos para inviabilizar uma criação. É onde você começa a entrar em resultados que não são bons zootecnicamente e que encarecem ainda mais o custo. DESTACAR
Portanto, antes de retirar um aditivo, o criador deve avaliar sua eficiência e ver se ele tem um custo-benefício positivo. Vou dar um exemplo: tirar um adsorvente de micotoxinas quando você tem grãos altamente contaminados.
A economia que você terá retirando o adsorvente não vai compensar o grande prejuízo que você terá com a intoxicação dos animais pelas micotoxinas. E assim por diante, em todos os aditivos, tem que se fazer uma análise de sua eficiência, do seu custo e avaliar o custo-benefício final.
3. A redução do uso de antibióticos é uma tendência crescente em todo o mundo em resposta à preocupação em torno da resistência antimicrobiana. Na União Europeia o seu uso é proibido. Como ficou o mercado de substitutos de ionóforos (ex. probióticos, prebióticos, fitogênicos) após a restrição? Os produtores brasileiros de proteína animal têm buscado esse mercado?
A redução do uso de antibióticos promotores de crescimento na nutrição animal é irreversível. À medida que o mercado estabelece legislações para diminuir o uso de promotores de crescimento, o criador sente-se na obrigação de buscar alternativas para substituir parcialmente a saída desses produtos.
Hoje já temos inúmeras alternativas, dentre as quais se destacam os:
O uso desses produtos já é praticamente adotado pelos nutricionistas no mundo inteiro e tem mostrado uma eficiência bastante grande em relação a substituição dos promotores de crescimento. A maioria dos produtos no mercado hoje já consegue mostrar que não há diferença entre usar o promotor de crescimento ou os produtos eficientes para substituí-los.
Os resultados de campo com essas tecnologias são bastante comprovados através de inúmeros trabalhos científicos. Cabe ao criador escolher qual a melhor opção para a sua criação e, principalmente, pelo serviço prestado pelos fornecedores.
Não é somente vender produtos para substituir os promotores de crescimento, mas sim, produtos e serviços para auxiliar os criadores a alcançar uma melhor saúde intestinal dos seus animais e melhorar a imunidade para protegê-los contra as enfermidades.
4. A indústria de produção animal está enfrentando uma pressão crescente da legislação e de consumidores para fornecer produtos sustentáveis, criando novos desafios. Dentro do contexto ambiental, como a YES tem contribuído para diminuir o impacto da indústria de produção animal?
A YES é uma empresa de produtos naturais, livres de antibióticos e altamente sustentáveis.
Seus produtos são originados na indústria da cana de açúcar, que é uma energia renovável. Da produção do Etanol sobra um co-produto rico em uma levedura denominada Saccharomyces. O seu uso na produção de bebidas e alimentos fermentados, acompanha a história do desenvolvimento cultural, tecnológico e científico da humanidade.
Dessa levedura, a YES extrai seus principais produtos:
A YES é a única empresa do Brasil que obteve a certificação chamada “Patente Verde”, que atesta seu processo sustentável desde a origem de suas matérias prias até o produto final.
Outra certificação de sustentabilidade obtido pela YES é o selo da “ECO Vadis Prata”, que comprova a sustentabilidade na produção dos seus produtos.
Finalmente, por melhorar o ganho de peso e a conversão alimentar, os produtos da YES contribuem para a melhora do meio ambiente, por abreviar o tempo de abate, diminuir a excreção de dejetos e a produção de gases nocivos.
5. Quais as expectativas da YES para o setor de nutrição nos próximos anos e como avalia o posicionamento da empresa nesse contexto?
A YES vê o mercado de forma muito positiva, pois toda sua linha de produtos está em linha com as megatendências da nutrição animal.
Os grandes pontos de destaque da nutrição no momento e, para o futuro, são o “aumento da Imunidade” dos animais, a “saúde Intestinal” e a preservação do “Meio Ambiente”.
Para a melhora da Saúde Intestinal, a YES produz os chamados prebióticos, como
Estes prebióticos estimulam o crescimento das bactérias positivas (bifidobactérias), inibindo o crescimento das bactérias patogênicas no intestino. Com isso, há melhor saúde intestinal e eficiência na conversão da ração em carne.
Recentemente, a imunomodulação tem assumido um papel cada vez mais importante, tanto em medicina humana, quanto no animal. Hoje sabemos que os desafios sanitários são crescentes e cada vez mais intensos. Por este motivo, tanto o homem, como os animais, precisam estar com suas defesas imunitárias mais preparadas para enfrentes os novos vírus e bactérias.
Para isso existem as Vacinas, a prevenção através da Higiene, e mais recentemente as substâncias imunomoduladoras. Estas últimas, como por exemplo os Betaglucanos purificados de alta concentração, estimulam as defesas do próprio organismo, estabelecendo uma primeira linha de defesa eficiente contra o agressor.
Para o aumento da Imunidade, a YES é uma das poucas empresas no mundo que produz os Beta-glucanos purificados, com mais de 70% de pureza. Esse produto diminui o uso de antibióticos e fortalece o animal para enfrentar os desafios sanitários.
Para a preservação do Meio ambiente, a YES dispõe da sua linha de minerais Quelatados, que contribui para a diminuição da contaminação ambiental, principalmente do solo. Isso porque, os minerais inorgânicos têm em sua composição metais pesados, que contaminam o solo quando são utilizados.
Hoje, a maior parte dos nutricionistas está migrando dos minerais Inorgânicos para os minerais Orgânicos (ou Quelatados). A YES é a única empresa do mercado com 9 minerais, e uma excelente parceira dos nutricionistas na luta pela preservação do meio ambiente.
[/registrados]
Assine agora a revista técnica de nutrição animal
Pontos críticos na nutrição de galinhas poedeiras
Douglas ZaviezoImpacto ambiental do nitrogênio na produção de ruminantes
Abmael CardosoOs peixes de água doce podem ser fonte de ômega 3?
Rilke Tadeu Fonseca de FreitasRelação entre aditivos alimentares e perfil de ácidos graxos no frango
Ines AndrettaOs benefícios das fibras para a cinética do parto de fêmeas suínas
César Augusto Pospissil GarbossaConceitos básicos das micotoxinas e as ferramentas de controle
Benefícios do uso de leveduras em dietas para suínos
Ruminantes, metano e o aquecimento global
Sergio Raposo de MedeirosImpacto ambiental da suinocultura
Ines AndrettaEntrevista com: Luciano Roppa – CEO e Presidente do Conselho da YES
A alta global do preço das commodities agropecuárias
Marcos Sawaya JankProbióticos na nutrição de cães
Taís Silvino BastosESCUTE A REVISTA EM agriFM