Geralmente, porcas prenhes são alimentadas com uma dieta restrita durante a gestação, o intuito é evitar ganho de peso excessivo e os problemas de parto e locomoção associados.
Porém, essa restrição dietética das porcas prenhes é um problema de bem-estar. A falta de saciedade pode resultar no desenvolvimento de estresse e comportamento anormal, aumento de lesões corporais e produzir uma influência negativa no desempenho reprodutivo.
A inclusão de fibras em dietas de gestação é um método para promover saciedade em porcas prenhes sem fornecer excesso de energia, levando a melhoria do bem-estar dos animais.
Vários estudos demonstraram que a inclusão de fibras em dietas de gestação aumenta a saciedade pós-prandial como consequência do enchimento intestinal, retardo do esvaziamento gástrico e liberação de peptídeos intestinais indutores de saciedade. No entanto, estudos também indicam que a inclusão de fibra alimentar na dieta não produz efeitos nos comportamentos estereotípicos e na taxa de natimortos.
Tendo em vista a necessidade de melhorar os índices reprodutivos, reduzir comportamentos estereotipados e ainda sim, promover a saciedade de porcas prenhes, sem fornecer energia em excesso, pesquisadores sob o comando do Dr. Tan, da South China Agricultural University, realizaram um experimento com o objetivo de investigar os efeitos da adição de aleurona de trigo à dieta de porcas em gestação.
O experimento contou com o uso de 84 porcas Landrace × Yorkshire de paridade mista (paridade 4,87 ± 1,32; espessura de toucinho 17,63 ± 3,97 mm, média ± desvio padrão).
Foram formuladas três dietas de gestação isoenergéticas e isonitrogênicas:
Desempenho de porcas e leitões
Os tratamentos dietéticos não mostraram diferença no peso corporal e espessura de toucinho das porcas, no dia 109 de gestação, no parto ou ao desmame.
Também não houve influencia no consumo médio diário de ração durante a lactação. Além disso, a inclusão de aleurona de trigo nas dietas de gestação das porcas não mostrou nenhuma influência no peso corporal ou no ganho de espessura de gordura durante a gestação ou perda durante a lactação.
No entanto, as porcas alimentadas com 15% da dieta aleurona de trigo mostraram uma taxa de natimortos significativamente menor do que aquelas alimentadas com a dieta controle.
Comportamento
As porcas nos três tratamentos não exibiram diferenças na atividade física (em pé, deitada, ajoelhada e mudança de posição), comportamento de beber, comportamento de mastigação simulada, comportamento de cheirar e lamber.
No entanto, em comparação com o controle, o grupo que recebeu 15% de aleurona de trigo apresentou um declínio significativo na proporção do comportamento “sentado” das porcas, bem como uma diminuição de 86% e 67% no tempo despendido realizando o comportamento de “mastigação simulada” (1,8% vs. 13,1%) e no comportamento de “cheirar e lamber” (0,6% vs. 1,9%) das porcas.
A frequência do comportamento de “mudança de posição” foi duas vezes menor no tratamento 15% de aleurona de trigo do que no tratamento controle, com 0 de aleurona de trigo.
Cortisol
Os três grupos não exibiram diferenças nas concentrações plasmáticas de cortisol pré-prandial de porcas no dia 70 de gestação.
No entanto, as concentrações salivares de cortisol pré-prandial de porcas no dia 70 de gestação diminuíram significativamente, com o aumento da adição de aleurona de trigo.
Os autores concluíram que neste estudo, alimentar porcas com 15% de aleurona de trigo levou a redução das taxas de natimortos, aliviou o estresse e aumentou a saciedade pós-prandial de porcas prenhes. Eles também ressaltaram a importância que a inclusão de 15% de aleurona durante a gestação na redução do custo de produção por leitão nascido vivo ou por leitão nascido saudável. Este estudo facilita a aplicação de fibra alimentar para substituir parcialmente os ingredientes convencionais da ração para melhorar o desempenho reprodutivo das porcas e reduzir o custo de produção. |
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As informações desse texto foram retiradas do artigo intitulado “Inclusion of wheat aleurone in gestation diets improves postprandial satiety, stress status and stillbirth rate of sows” com autoria de:
Jinping Dengab; Chuanhui Chenga; Haoyuan Yua; Shuangbo Huanga; Xiangyu Haoa; Jianzhao Chena; Jiansen Yaoc; Jianjun Zuoab; Chengquan Tanab
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